Grande semana!


Quando comecei a escrever o post estávamos a 4, para depois estar a 5, para voltar a estar a 4 pontos de distância para o segundo. Jogos apitados por Xistra são assim. Ontem o empate era o resultado mais conveniente para o artista. Os seus protegidos aproximam-se do segundo lugar, sem que fiquem demasiado ameaçados na sua posição de terceiro.

Mas o aumento da nossa vantagem consumou-se. E aconteceu na mesma semana em que voltámos a estar em posição de qualificação na Champions. Seria difícil imaginar uma culminação melhor para um ciclo de jogos que se adivinhava muito difícil. É certo que não sucumbimos nos resultados, mas a parte física está a rebentar  por todos os lados. Basta ver Felipe que se agarra a quem passa perto dele para não cair de cansaço... É raro dizer isto mas, esta pausa para selecções e Taça de Portugal vem em óptima altura. Teremos tempo para recuperar as lesões que temos e que exigem sobretudo repouso. 

Perante tanto cansaço, no jogo de ontem, emergiu o nosso 'tanque'. Vamos lá abordar o 'elefante na sala'. Herrera foi o MVP da partida. Não o atribuo por meras razões estatísticas e por ter estado nos dois golos. Foi o melhor porque demonstrou um fulgor físico durante o jogo que se destacou dos demais. E já percebemos que a parte física é muito valorizada neste esquema em que Sérgio Conceição, por causa da pressão que se pretende colocar no adversário. É neste campo que Herrera se distingue dos outros médios do plantel. Tem uma capacidade física ímpar no nosso plantel e é o que aguenta melhor este ritmo estonteante que se exige aos nossos médios. Eu diria que é o único que aguenta porque, sempre que Danilo o tenta fazer, fica uma 'cratera' atrás dele e a sua recuperação 'a trote' é bem visível em campo, nomeadamente nos jogos com o Leipzig. Nos últimos dois jogos, Herrera juntou a isso um bom desempenho ofensivo, sobretudo nas bolas paradas em que ataca o segundo poste. Mas abordando as minhas recentes reservas quanto à titularidade do Herrera, muitos dirão que tenho de reconhecer o erro. Quem me lê regularmente sabe que me recuso a desligar o cérebro, só porque vamos à frente. Como pessimista militante, está na minha natureza antecipar possíveis problemas e procurar soluções. Eu até percebo a ideia da aposta em Herrera mas continuo a achar que não é a melhor solução no plantel. Acho que é uma solução que faz com que a equipa tenha menos qualidade com bola e que impede que se constitua uma alternativa criativa no meio campo. Com este onze, restringimos a criatividade ao trabalho de Brahimi e Corona, sendo que este último nem sempre joga. Basta que Brahimi tenha um jogo menos bom, como por exemplo neste último jogo com o Leipzig, e deixamos de ter soluções. Nesse jogo 'safamo-nos' pela nossa qualidade nas bolas paradas, que têm sido tão importantes nos últimos jogos. Mas ninguém me consegue convencer de que um jogador mais evoluído tecnicamente não traria mais soluções à nossa frente de ataque. Muito falamos do caso Casillas, mas o caso Oliver é absolutamente inexplicável. Sérgio tira-o da equipa porque acha que ele não lhe dá o que se exige a um médio num esquema de dois elementos no meio campo. Mas agora já sabemos que ele também não serve para um meio campo a três. Depois deste último jogo, eu pergunto se haverá alguém que não esteja à frente de Oliver nas opções de Sérgio Conceição? Com uma equipa tão debilitada nas opções ofensivas, até um jogador da equipa B foi opção. A conclusão óbvia é que Sérgio é alérgico a talento no meio campo. Quer jogadores práticos e duros. Para mim esse é um erro porque ajuda a partir a equipa e, num plantel muito 'espremido', nos priva de uns dos jogadores mais talentosos do plantel. Mas se é para ser assim, ainda bem que o Herrera está num bom momento de forma.

O jogo foi muito marcado pelo cansaço e pelas ausências. A vitória foi natural e confirmou-se de forma demasiado tardia no jogo. As oportunidades foram aparecendo a uma cadência interessante e desperdiçamos muitas jogadas perigosas com más decisões e más finalizações. Apesar disso, a equipa manteve-se tranquila até à confirmação da vitória que nos deixa mais confortáveis.

Individualmente, além da exibição de Herrera, não gostei propriamente de nenhuma exibição. Brahimi esteve melhor na primeira parte do que na segunda. Aboubakar marcou um golaço mas esteve sempre muito longe do jogo. André André continua meio perdido naquela posição que não é a dele. Se se aproxima de Aboubakar, perde mais vezes a bola. Se recua, está em cima de Herrera. Ainda não se percebeu o que Sérgio pretende dele nesta posição. Corona entrou bem e foi pena que o miúdo não conseguisse marcar. Reyes cumpriu, apenas. Pela negativa Felipe. Já sabemos que os nossos adversários, que há um ano gozavam com as nossas queixas, estão hoje transformados nuns 'calimeros'  que se queixam por tudo e por nada e que escolheram o Felipe como o novo Paulinho Santos. Isto não é um problema. A questão é que os dois lances que se discutem do Felipe são incrivelmente desnecessários e demonstram alguma desconcentração. Gosto de Felipe agressivo mas concentrado.

Venha a pausa. Se houvesse página web com o boletim clínico ia lá fazer 'refresh' regularmente, neste período.

Comentários

Anónimo disse…
É um Piriquito: https://www.youtube.com/watch?v=1XrSU0bTLKA